O peixe cação é um velho conhecido nas peixarias brasileiras. De sabor neutro e carne firme, ele costuma aparecer em pratos como moquecas, ensopados e filés empanados.
Mas o que muitos não sabem é que o termo “cação” não se refere a uma espécie específica: trata-se de uma denominação popular para diferentes tipos de tubarões comercializados como alimento no Brasil. Isso tem gerado discussões sobre rotulagem, saúde e cuidados ao escolher esse ingrediente.
O que está por trás do nome “peixe cação”?
No mercado, o cação aparece com diversos nomes: cação-anjo, cação-martelo, cação-bico-doce, entre outros. Por ser um termo genérico, é comum que diferentes espécies estejam agrupadas sob esse nome. A rotulagem pode variar e, por isso, é importante que o consumidor esteja atento à procedência e às informações fornecidas pelo ponto de venda.
Isso se torna ainda mais relevante quando pensamos em uma rotina de alimentacão com responsabilidade socioambiental, na qual cada escolha à mesa reflete um valor. Com mais informação, é possível comprar com confiança e segurança.
Segundo esta reportagem da BBC, o Brasil é um dos poucos países que ainda permite a pesca e o comércio de diversas espécies de tubarão. Por isso, conhecer melhor o produto vendido como cação é uma forma de tomar decisões mais informadas.
Além disso, ao entender essa diversidade de nomes e espécies, é possível valorizar ainda mais a gastronomia brasileira e suas variações regionais no preparo do cação.
O valor nutricional do cação
Do ponto de vista nutricional, o peixe cação oferece boas quantidades de proteínas de alto valor biológico. Em 100 g de carne cozida, temos cerca de 20 g de proteína e um baixo teor de gordura. Por isso, ele acaba sendo incluído em cardápios com foco em alimentação leve e com baixa gordura.
Porém, o cuidado está na frequência do consumo. O cação pode acumular metais pesados como mercúrio e chumbo, algo que ocorre em peixes maiores e mais longevos. A cada refeição, eles acumulam mais metais em seu organismo. Esse acúmulo, chamado de bioacumulação, é um fator a ser considerado por quem deseja manter uma dieta equilibrada a longo prazo.
De acordo com esta matéria, o consumo frequente de peixes com altos níveis de mercúrio pode afetar o sistema nervoso, principalmente em crianças pequenas e gestantes. Por isso, a recomendação é que o cação seja consumido com moderação e em ocasiões espaçadas.
Como o peixe cação é usado na culinária brasileira
O cação está presente em diversas receitas tradicionais. Sua carne branca, sem espinhas e com textura firme, facilita o preparo de pratos como:
- moqueca de cação;
- cação ensopado com legumes;
- filé de cação empanado;
- cação grelhado com ervas.
Ele também é usado em receitas que levam abobrinha e tomilho, substituindo outros peixes.
O sabor do cação é suave, muitas vezes comparado ao da tilápia ou do linguado. Sua textura firme permite cortes regulares e boa absorção de temperos, o que agrada quem gosta de cozinhar em casa com alimentos frescos.
Para quem busca alimentação natural e caseira, ele pode ser uma opção prática e versátil. Essa versatilidade na cozinha também permite que o cação seja incorporado em receitas criativas, como hambúrgueres caseiros de peixe, quibes assados ou até escondidinhos.
Benefícios e cuidados no consumo do cação
Entre os benefícios, estão a presença de proteínas e o baixo teor de gordura, que combinam com uma rotina de alimentação equilibrada. Também é fácil de preparar, podendo ir ao forno, à frigideira ou ser incorporado em caldos e sopas.
Como ocorre com diversos tipos de pescados, vale a pena verificar a procedência e evitar exageros. Isso é especialmente importante quando se considera o consumo por gestantes, lactantes e crianças pequenas.
Contar com fornecedores de confiança e conhecer a origem do peixe é uma forma simples e eficaz de garantir uma alimentação segura e saborosa.
Outro ponto positivo é a praticidade: o cação é vendido em cortes sem espinhas, o que facilita o preparo no dia a dia e torna a refeição mais acessível para todas as idades. Por isso, ele pode ser incluído até mesmo em refeições da semana, com preparos rápidos e nutritivos.
Alternativas para variar o cardápio
Se você procura peixes de sabor neutro e carne firme, há também outras opções que podem ser incluídas na rotina alimentar. Algumas delas são:
- tilápia orgânica;
- pescada amarela;
- linguado de cultivo;
- salmão selvagem certificado.
O salmão selvagem do Alasca é um bom exemplo de pescado com certificação de origem, que respeita o ciclo natural dos peixes. Já a pescada amarela é fácil de encontrar e possui textura e sabor semelhantes ao do cação.
Outra dica é variar a fonte de proteínas, incluindo ovos, cogumelos e leguminosas. Ovos orgânicos e grão-de-bico assado são opções versáteis para quem busca variedade no cardápio.
Também vale apostar em hummus de beterraba ou panquecas de legumes como fontes protéicas. Variar o cardápio não só amplia os sabores à mesa, como também contribui para uma nutrição mais rica e completa ao longo da semana.
Uma escolha consciente à mesa
Na hora de decidir se vale ou não consumir peixe cação, o ideal é conhecer bem o produto e escolher com consciência. Há benefícios nutricionais e possibilidades variadas de preparo. Como qualquer outro alimento, o segredo está no equilíbrio e na atenção à procedência.
Quem preza por alimentos frescos, integrais e sustentáveis pode buscar sempre peixes de origem controlada. Também vale aprender a organizar a geladeira para armazenar bem os alimentos e higienizar corretamente antes do preparo. Essas ações ajudam a manter a saúde e o bem-estar no dia a dia.
Também é importante testar novas receitas com cação, explorando ingredientes como legumes assados, azeites aromatizados e temperos naturais. O importante é manter uma relação equilibrada com o que vai ao prato, respeitando os seus próprios critérios e o estilo de vida escolhido.
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